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Criações ICC

O Imaginarius Centro de Criação – Arte e Espaço Público cumpre a sua missão de apoiar e impulsionar a criação contemporânea e a valorização do património, apoiando-se nas tendências para fomentar a inspiração e a criação – desafiando fronteiras disciplinares e conceitos estabelecidos.

As Criações Imaginarius afirmam-se como um território fértil para a experimentação, permitindo diferentes perspetivas e abordagens, onde artistas e públicos são convidados a redescobrir o espaço público enquanto palco, laboratório e ponto de encontro.

Mais do que performances, estas criações propõem processos de investigação e diálogo, promovendo cruzamentos artísticos improváveis, que questionam e reinventam as linguagens da arte no espaço urbano.

O resultado é um conjunto de experiências que habitam a cidade, mas também a interpretam, deixando um registo para estudos futuros sobre as dinâmicas contemporâneas da criação artística em contexto público.

As Criações Imaginarius são, assim, um convite à descoberta, um novo ângulo sobre o existir, transformando o quotidiano em território inspirador e reafirmando a arte como força viva que (re)imagina o património, a cidade e as possibilidades do encontro humano.

Praça, Bela Praça!

Praça, Bela Praça! é um convite para abrandar e saborear um espaço.

Criação do ICC – Imaginarius Centro de Criação, surge de uma encomenda para a criação de um projeto que promovesse o cruzamento entre património, arte performativa e gastronomia, valorizando o património material e imaterial, e simultaneamente provocasse o pensamento e a memória, sobretudo a abertura a novas perspetivas.

Em síntese, a articulação de dois mundos: um olhar fresco sobre o património, que comunicasse potencial para as gerações futuras, mas que bebesse da vivência emocional do espaço.

Procurava-se um projeto inspirado no património do quotidiano, dos cheiros e dos saberes, dos modos dos vendedores, das travessuras dos namoricos, mas também dos silêncios e das ausências.

Da provocação ao italiano Giacomo Scalisi, um visionário da cultura e da gastronomia que criou raízes em Portugal, e à feirense Lígia Lebreiro, artista querida por todos e com vários mundos na bagagem, nasceu Praça, Bela Praça!

Efetivamente bela, a praça do mercado abriu-se em pleno à comunidade.  De manhã, em sentido figurativo: a praça da venda, do comércio, um trabalho de proximidade que convidou os vendedores do mercado e desafiou tantos outros a abancar e a vender.

Com o cair da noite, a praça transformou-se: quatro chefes convidados converteram o que não foi vendido no mercado numa experiência para os sentidos. O tira-gosto centrou-se nas memórias deste lugar, com uma carniceira esquecida no tempo, uma orquestra de legumes, e o erotismo da degustação.

Cinco meses de trabalho, mais de 80 pessoas envolvidas e duas sessões esgotadas fizeram acontecer o mercado, no imaginário e no potencial. O ato de sobrevivência partilhada, que permitiu dignificar o espaço, descodificando sinaléticas anteriormente tão bem pensadas.

Inclusão e regeneração urbana numa celebração no em torno da mesa, representando a Ágora como o arquiteto idealizou.